A partir de dezembro, fabricantes devem ter pelo menos três lotes de produto rastreáveis
A indústria farmacêutica está há quatro meses do início da primeira fase da implantação da rastreabilidade de medicamentos no Brasil, sob a normativa RDC 54/2013 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A partir do dia 10 de dezembro, os fabricantes devem ter pelo menos três lotes de produto rastreáveis.
O VP sênior e gerente-geral da Axway para América Latina, Marcelo Ramos, comenta quais são as principais características que fabricantes de medicamentos devem prestar atenção ao escolher um parceiro de TI para implantar a solução de rastreabilidade.
1-Valorize a experiência e a segurança de informações confidenciais: “políticas de rastreio de medicamentos são uma tendência global e têm sido implantadas ao redor do mundo há dez anos. Na América Latina, países como Chile e Argentina já adotaram o procedimento com suas devidas particularidades locais. Portanto, escolher um parceiro que tenha experiência na implantação dessas soluções é imprescindível para que o processo ocorra sem imprevistos. Além disso, a indústria farmacêutica deve se preocupar com a segurança da informação e pensar em uma solução de nuvem privada. Ao contar com um ambiente segmentado e exclusivo para uma única empresa, a indústria reduz as chances de vazamento de informações estratégicas – seja por um acesso errôneo ou ainda um concorrente ter acesso a dados de outros players”, afirma.
2- Escolha soluções baseadas em padrões já estabelecidos em outros segmentos: “indústrias de outros segmentos já adotaram com sucesso o rastreio de produtos e a transmissão de dados de forma segura entre diferentes estágios da cadeia de produção. Um exemplo é o padrão Electronic Product Code Information Services (EPCIS), desenvolvido pela Associação Brasileira de Automação e única detentora da Licença do Código de Barras (GS1 Brasil) e que certifica diversos softwares comerciais, amplamente adotado e considerado um caso de sucesso. Ao optar por uma solução de rastreabilidade que seja baseada em metodologias já reconhecidas pelo mercado, a empresa poderá se assegurar que terá segurança e confiabilidade no armazenamento e transmissão dos dados”.
3- Integre-se aos outros estágios da cadeia:“ a normativa da Anvisa não define qual padrão de transmissão de dados deve ser utilizado, então o natural é que o mercado se auto-regule nesse aspecto. Embora o EPCIS seja o mais reconhecido, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma) tem conduzido um grupo de estudos para desenvolver o próprio padrão, que deve ser bem adotado pelo varejo de medicamentos. Com os diversos setores da cadeia de produção utilizando diferentes métodos, escolher um parceiro que aceite e se integre a outros padrões de comunicação torna simples adequar-se à regulação”.
Marcelo Ramos ainda avalia que algumas empresas não estão pensando no processo completo, e preferem implantar a rastreabilidade em etapas temporárias, mas adverte que é importante que a indústria farmacêutica pense além da legislação. “A pirataria gera um grande problema de saúde pública, que afeta diretamente o consumidor final, podendo ocasionar resistência da doença e agravamento do quadro clínico, dificultando o tratamento. Com a rastreabilidade, os consumidores terão mais confiança e segurança no produto que estão adquirindo,” finaliza.
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