
Até o fim do ano, os medicamentos deverão ter imposto zero, ou seja, estar isentos de tributação ou com uma alíquota próxima a 3%. É o que afirma o economista e ex-deputado federal Luiz Carlos Hauly, autor da PEC 293/2004 que deverá ser votada ainda este ano na Câmara dos Deputados, juntamente com o projeto de reforma tributária do governo. Essa proposta já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por uma Comissão Especial da Câmara, exigindo apenas a votação em plenário.
A declaração foi feita durante encontro organizado pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) com altos executivos do varejo e da indústria farmacêutica, no dia 30 de julho, em São Paulo (SP). Além da tributação zero para medicamentos, a proposta do ex-deputado contempla a extinção de dez tributos que incidem sobre o consumo – Cide-Combustíveis, Cofins, CSLL, ICMS, IOF, IPI, ISS, PIS, Pasep e o Salário-Educação, que seriam substituídos pelo Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Sendo assim, seriam mantidos apenas os impostos de renda e patrimoniais como IPTU e IPVA, além da contribuição previdenciária de empregado e empregador.
Hauly tem ainda o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se baseou integralmente na proposta do ex-parlamentar para criar a PEC 110/2019, que já tramita na CCJ e deverá ser votada ainda em 2019. Na Câmara dos Deputados também tramita a PEC 45/2019, de autoria do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), mas que prevê apenas uma alíquota mais baixa sobre medicamentos, sem desoneração total.
A opinião do CEO da Abrafarma
Assim, para o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, a PEC contribui para destravar a economia. Além disso, ela serve para garantir acesso à saúde para a população de menor poder aquisitivo. “O remédio pesa, sobretudo, no orçamento das famílias mais pobres. Reduzir ou zerar a carga tributária é fazer justiça social. Isso sempre foi uma bandeira da entidade”, ressalta o executivo. A Abrafarma, inclusive, já promoveu duas campanhas de mobilização. Elas culminaram em mais de 3,5 milhões de assinaturas da população em defesa do imposto zero para medicamentos.
Impostos no Brasil
O Brasil ostenta uma das maiores cargas tributárias médias sobre medicamentos. Pois o percentual chega a 31%, bem distante de países como França (2%), Espanha (4%), Japão (5%), Portugal (5%), Itália (10%), Alemanha (16%) e Argentina (21%). Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e México mantêm imposto zero.
Foto: Shutterstock
Fonte: Guia da Farmácia
-
Reajuste médio de preços dos medicamentos fica abaixo da inflação geral 01/04/2025 O índice de reajuste anual de preços de medicamentos deste ano varia de 2,60% a 5,06%, com um reajuste médio ponderado de 3,48%. Isto significa que o índice de reajuste médio é menor do que a inflação geral do período – 5,06%, variação acumulada do IPCA em 12 meses, de março de 2024 a fevereiro de 2025.
-
Vendas do varejo farmacêutico atingem R$ 158,4 bilhões em 2024 06/03/2025 O varejo farmacêutico no Brasil cresceu 11% em 2024 frente a 2023 e alcançou a marca de R$ 158,4 bilhões em vendas, pelo critério de PPP, preço de compra pelas farmácias. O setor também cresceu em volume, registrando 8,1 bilhões de unidades, número 6,1% maior que os 7,6 bilhões movimentados em 2023. Os dados são da Abafarma (Associação dos Distribuidores Farmacêuticos do Brasil), a partir de dados compilados pelo IQVIA.
-
Reajuste de medicamentos pode ser inferior à inflação 05/02/2025 Pela primeira vez desde 2021, aumento nos preços deve ocorrer em três níveis