
Em tempos de margens estreitas e consumidores exigentes, eficiência e controle são os grandes diferenciais para garantir competitividade e sustentabilidade no negócio.
Em um mercado cada vez mais competitivo, o controle rigoroso dos custos fixos tornou-se uma necessidade vital para a sustentabilidade das farmácias. Muitos empresários do setor já compreenderam que o lucro não está apenas na boa negociação de compra ou na estratégia de venda, mas principalmente na gestão eficiente dos recursos que permanecem constantes mês a mês.
A realidade é que os preços praticados, especialmente em produtos com Preço Máximo ao Consumidor (PMC), muitas vezes comprimem as margens de lucro.
O consumidor moderno, munido de tecnologia e informação, compara preços em diferentes canais e exige competitividade. Com margens mais apertadas, o que sobra do lucro bruto precisa ser cuidadosamente administrado – e é aí que entra o desafio: como manter uma operação saudável com custos fixos crescentes?
Costumo dizer que o custo fixo se comporta como unha — ele cresce todos os dias e precisa ser cortado com frequência. O problema é que, diferentemente da unha, a maioria dos empresários não olha para isso com a regularidade que deveria.
É comum cairmos na armadilha das pequenas despesas: um sistema contratado que custa R$ 100 por mês, uma ferramenta contábil a mais, um serviço de assinatura digital, entre outros. Tudo parece pequeno, mas somados, esses custos se tornam expressivos.
A gestão eficiente passa por revisões periódicas. É preciso olhar, ponto a ponto, cada item de despesa: aluguel, serviços terceirizados, tecnologia, fornecedores. Pergunte-se: esse custo ainda faz sentido? Existe espaço para renegociar? Há alternativas mais econômicas?
Reconheço que esse não é um processo natural para muitos empresários. Temos, por natureza, um foco maior em vendas e compras, enquanto a parte administrativa muitas vezes é deixada de lado. Mas negligenciar essa área é um erro que pode comprometer seriamente a rentabilidade do negócio.
Felizmente, hoje, temos ferramentas para auxiliar nesse processo. Na Febrafar, por exemplo, disponibilizamos o PAI – Painel de Aferição de Indicadores, que permite ao gestor comparar suas despesas com as médias do mercado.
Se o seu aluguel representa 3% do faturamento e a média do setor é 2,5%, você já sabe que há um ponto de atenção. Nem sempre é possível corrigir imediatamente, mas o simples fato de ter essa informação em mãos já é um passo fundamental para decisões mais assertivas.
Cuidar dos custos fixos não é uma ação pontual. É um exercício contínuo, uma prática que deve fazer parte da rotina do gestor farmacêutico. Afinal, em tempos de margens estreitas e consumidores exigentes, eficiência e controle são os grandes diferenciais para garantir competitividade e sustentabilidade no negócio.
Fonte: Guia da Farmacia
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