
Pesquisa avalia cenário da América Latina. No entanto, país cai para a oitava posição em propriedade intelectual
O mercado farmacêutico brasileiro é um dos mais competitivos da América Latina, conforme aponta uma pesquisa da consultoria de BI Pugatch Concilium. Segundo o estudo, o país é o quarto país nesse quesito, mas ainda revela carências em outros recortes.
O estudo estabeleceu uma métrica para determinar o percentual de competitividade de cada mercado. O indicador mede variáveis como a capacidade científica e de pesquisa clínica, o sistema regulatório, o acesso ao mercado e a proteção da propriedade intelectual. O feedback de executivos do setor norteou os cálculos. As informações são do Futuro da Saúde.
A pontuação brasileira ficou em 61,3%, acima da média de 59% registrada na região. Na frente do país ficaram apenas a Costa Rica (70%), o Chile (68%) e o México (65%). Apesar de positivo, o resultado escancara um longo caminho a ser percorrido, uma vez que outros mercados emergentes em nível global, como Israel e Cingapura, superam os 70% (respectivamente 75% e 85%).
Mercado farmacêutico brasileiro ampliou competitividade em oito anos
A edição anterior da pesquisa aconteceu em 2017. Nos oito anos que dividem os dois estudos, o Brasil apresentou um avanço de cinco pontos percentuais, especialmente em função de seu bem estabelecido sistema regulatório. Nesse recorte exclusivo, o país dividiu a liderança com o Chile, com 72%. “A Anvisa mantém um processo minucioso, respeitando o perfil de risco dos medicamentos em avaliação”, analisa o diretor do Instituto de Prospectiva e Inovação em Saúde (INNOS), Carlos Escobar.
País ainda precisa fortalecer proteção à propriedade intelectual
Porém, o mercado nacional deixou a desejar na proteção à propriedade intelectual. O índice de 46% foi a pior performance do Brasil, amargando a oitava colocação entre os dez países da região presentes no ranking. “A Anvisa é uma agência de primeira linha e vem trabalhando para modernizar suas operações, mas esse trabalho não é suficiente se a autarquia não estruturar um departamento específico voltado a essa área, o que trava o potencial de crescimento”, comenta um dos autores do estudo, Meir Pugatch.
Análise de pedidos de patentes recua ao patamar de 2015
E não são apenas os pesquisadores que reconhecem essa deficiência. Por aqui, o setor também alerta para as dificuldades no registro de patentes. Pela primeira vez desde 2010, o número de novos pedidos depositados no INPI superou o de análises finalizadas pelo órgão, revelando a morosidade desse processo.
Os dados foram revelados por Gustavo Morais, sócio do Dannemann Siemsen, escritório especializado em propriedade intelectual, durante apresentação para jornalistas em encontro promovido pela Interfarma no último mês de abril. O dado torna-se ainda mais alarmante na comparação com 2015, quando ocorreu o auge do backlog, termo utilizado para designar o acúmulo de pedidos em análise.
“Em 2015 foram 15,7 mil decisões, o número mais baixo dos últimos 15 anos. No ano passado nos reaproximamos desse patamar, com 18,5 mil pedidos analisados”, alertou o especialista.
Fonte: Panorama Farmacêutico
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