A solução é o estreitamento no elo com o farmacêutico.
Somente em um ano, o brasileiro consome em média 700 doses de medicamentos comprados em farmácias. O grande problema é que, de toda a população, 76,4% possui o hábito de se automedicar, ou seja, ingerir os medicamentos sem a devida prescrição médica.
Em consequência, alguns dados do Ministério da Saúde registram cerca de 60 mil casos de internações hospitalares devido ao uso irracional de medicamentos só nos últimos cinco anos. Além da automedicação, outra causa destes números pode ser a dúvida que fica no paciente mesmo após a prescrição, já que, de acordo com uma pesquisa realizada pelo ICTQ (Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico), em parceria com o Datafolha, cerca de 40% dos brasileiros declaram não saber como consumir um medicamento de forma adequada a fim de assegurar seus efeitos e eficácia com segurança.
Uma forma de diminuir estes riscos é fortalecer o elo entre o paciente e o farmacêutico. “Ter uma relação de confiança com o paciente é bom. O farmacêutico é especialista em medicamentos e pode orientá-lo em relação à sua prescrição médica – bem como tirar dúvidas. Às vezes, na correria do dia-a-dia, as pessoas não absorvem todas as informações necessárias em consultas ambulatoriais ou internações hospitalares”, esclarece a farmacêutica e coordenadora de Farmácia Clínica do Hospital Santa Rosa, Veridiana Galetti de Rezende.
Ela lembra, também, da importância de encarar os pacientes como únicos: “Por exemplo, um paciente com problemas renais deve ser avaliado de acordo com o seu quadro clínico. Assim como um paciente idoso, que já faz uso crônico de medicação, pode vir a requerer reconciliação medicamentosa quando há necessidade de mudança de tratamento ou inclusão de novos medicamentos”, ressalta.
Dentro do hospital, a farmacêutica pode atuar em diversas frentes. “Cabe ao farmacêutico – entre outras atribuições – analisar 100% das prescrições medicamentosas. Inclusive, com o objetivo de auxiliar o médico, quando necessário e/ou solicitado, na busca pela melhor terapia desse paciente. Ter uma equipe multidisciplinar e alinhada é essencial. O respeito mútuo entre todos os profissionais se reflete no bem-estar e segurança do paciente”, enfatiza Rezende.
Além disso, segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF), os farmacêuticos podem atuar em 10 linhas diferentes e por 134 especialidades. Inclusive, desde 2013, por meio da Resolução Nº 586/13, ficou estabelecida a “prescrição farmacêutica”, em que o profissional pode recomendar a seleção de opção terapêutica, a oferta de serviços farmacêuticos e/ou o encaminhamento à outros profissionais ou serviços de saúde.
Fonte: Guia da Farmácia
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