A vacina contra a dengue desenvolvida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) vai entrar em fase de estudos clínicos que deve ser concluída em quatro ou cinco anos. O anúncio foi feito pelo diretor de Bio-Manguinhos, unidade de vacinas da Fiocruz, Arthur Couto, na terça-feira (11).
O pesquisador informou que os estudos estão muito avançados, mas reconheceu que a farmacêutica francesa Sanofi-Aventis leva vantagem em seu projeto de vacina contra a dengue, que já está na etapa final de desenvolvimento.
"Estamos atingindo os objetivos, mas ainda temos uma caminhada pela frente. Nossa expectativa é chegar ao produto e concluir seu registro em quatro ou cinco anos", disse Couto.
A Fiocruz, que trabalha em colaboração com a multinacional belga GlaxoSmithKline (GSK), pretende desenvolver uma única vacina contra os quatro sorotipos existentes do vírus, de maneira que se possa aplicar em uma só dose para facilitar a logística da distribuição em regiões remotas.
CALOR
Ao mesmo tempo, o governo apresenta seu plano para combater a dengue na temporada do verão, época de maior contágio.
Dentre as estratégias anunciadas pelo Ministério da Saúde, destaca-se a designação de incentivos financeiros aos municípios que cumprirem os objetivos de prevenção e do acompanhamento epidemiológico com apoio das redes sociais.
"O Ministério da Saúde utilizará todos os meios de informação para antecipar as ações contra a dengue. As redes sociais serão usadas dentro dessa estratégia", disse o ministro Alexandre Padilha em comunicado.
As redes sociais servirão como um sistema de vigilância complementar que alertará a detecção de novos casos por áreas geográficas, permitindo verificar regiões que apresentem um aumento significativo de contágios.
O secretário de Vigilância de Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou que o ministério está lançando uma série de iniciativas centradas no atendimento correto da população.
Segundo ele, o governo pretende incentivar a formação de 66 mil profissionais para melhorar o diagnóstico e o atendimento.
De acordo com o balanço epidemiológico, entre janeiro e setembro de 2011, o número de casos graves foi reduzido em 40% em relação ao mesmo período de 2010.
O número de óbitos por causa da dengue diminuiu 25% e o número de casos notificados caiu 24%.
Em 2010, 550 pessoas morreram no Brasil pelo contágio desta doença transmitida pela picada do mosquito "Aedes aegypti", que nos casos mais graves chega a produzir hemorragias internas
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