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Farmácias temem fusão das grandes
22/08/2011 08:52:13
A criação da maior rede de drogarias do País, fruto da fusão entre a Droga Raia e a Drogasil, não foi bem recebida por farmácias mais modestas. Ao concentrar 8,3% do mercado brasileiro, segundo especialistas do setor, somando R$ 4,1 bilhões em faturamento, a tendência é de que a concorrência acirrada promovida pela união reflita no escoamento dos pequenos estabelecimentos para bairros mais periféricos. Haverá menos condições de competir com os preços mais atrativos da nova rede - conseqüência de um poder de negociação com a cadeia do setor que permitirá descontos e, também, repasses menores. A união ainda não foi analisada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
Exemplo disso está na frase do pequeno empresário farmacêutico, Sérgio Donizete Gomes, com unidade em São Bernardo. "Com esse poder, terão descontos muitos acima daqueles que poderemos praticar." Como consequência, os sintomas são prejuízo e até óbito de fatia dessas firmas. Gomes defende que o governo crie medidas a fim de evitar essas fusões, papel que cabe ao Cade, embora uma decisão do tipo, se constata práticas anticoncorrenciais, leve anos.
"Os menores só vão sobreviver nesse mercado oferecendo serviços e atenção ao cliente com muito mais qualidade, indo além de vender caixinhas com remédios", diz o vice-presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de São Paulo, Glicério Diniz Maia. Para ele, as cerca de 700 unidades resultantes da união já estão em pontos estratégicos de venda, com grande participação no mercado. Os especialistas consideram que com a fusão aumenta o poder de barganha e fogo para queimar estoques.
Para evitar prejuízos, um foco a ser aproveitado pelo novo grupo é na elevação do volume de vendas. A diretora da Injoy Blend, que presta consultoria farmacêutica, Daniela Junco, diz que o setor no País não tem robustez devido à alta carga tributária. Mesmo assim, as grandes ainda contam com leque de produtos - sobretudo cosméticos - que os pequenos e médios farmacêuticos não ofertam nas prateleiras.
Fato é que a concorrência ficará difícil, sobretudo nos grandes centros comerciais, diz Daniela. Afirma ainda que não é de hoje que as fusões ocorrem. Pelo contrário, têm crescido e são acompanhadas de perto pelos pequenos. Na prática, ela não acredita que o consumidor note um abismo de diferença no preços. Será percebida com mais força, sim, pelos empresários do ramo, laboratórios e distribuidores. E não para por aí: "Haverá novas fusões, não vai parar."
Maia aponta alternativas ao setor. A mais eficiente no curto prazo é reforçar a ponte cliente médico, em que farmacêuticos apostarão nessa proximidade com o cliente para manter suas vendas. No fim, os especialistas e farmacêuticos defendem que, após ser concretizada, a fusão vai exigir dos pequenos criatividade para se reiventar. E o ouro, no horizonte, parece estar bem distante dos grandes centros comerciais.
Exemplo disso está na frase do pequeno empresário farmacêutico, Sérgio Donizete Gomes, com unidade em São Bernardo. "Com esse poder, terão descontos muitos acima daqueles que poderemos praticar." Como consequência, os sintomas são prejuízo e até óbito de fatia dessas firmas. Gomes defende que o governo crie medidas a fim de evitar essas fusões, papel que cabe ao Cade, embora uma decisão do tipo, se constata práticas anticoncorrenciais, leve anos.
"Os menores só vão sobreviver nesse mercado oferecendo serviços e atenção ao cliente com muito mais qualidade, indo além de vender caixinhas com remédios", diz o vice-presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de São Paulo, Glicério Diniz Maia. Para ele, as cerca de 700 unidades resultantes da união já estão em pontos estratégicos de venda, com grande participação no mercado. Os especialistas consideram que com a fusão aumenta o poder de barganha e fogo para queimar estoques.
Para evitar prejuízos, um foco a ser aproveitado pelo novo grupo é na elevação do volume de vendas. A diretora da Injoy Blend, que presta consultoria farmacêutica, Daniela Junco, diz que o setor no País não tem robustez devido à alta carga tributária. Mesmo assim, as grandes ainda contam com leque de produtos - sobretudo cosméticos - que os pequenos e médios farmacêuticos não ofertam nas prateleiras.
Fato é que a concorrência ficará difícil, sobretudo nos grandes centros comerciais, diz Daniela. Afirma ainda que não é de hoje que as fusões ocorrem. Pelo contrário, têm crescido e são acompanhadas de perto pelos pequenos. Na prática, ela não acredita que o consumidor note um abismo de diferença no preços. Será percebida com mais força, sim, pelos empresários do ramo, laboratórios e distribuidores. E não para por aí: "Haverá novas fusões, não vai parar."
Maia aponta alternativas ao setor. A mais eficiente no curto prazo é reforçar a ponte cliente médico, em que farmacêuticos apostarão nessa proximidade com o cliente para manter suas vendas. No fim, os especialistas e farmacêuticos defendem que, após ser concretizada, a fusão vai exigir dos pequenos criatividade para se reiventar. E o ouro, no horizonte, parece estar bem distante dos grandes centros comerciais.
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